Entrevista com Fabio Foganholi:

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Leonardo Alves Bico: Olá, Fábio Rogério Foganholi. Obrigado por nos conceder esta entrevista. Gostaríamos de saber mais sobre as algas e os métodos utilizados para controlar sua proliferação.

Fábio Foganholi: Olá, é um prazer participar desta entrevista. Estou à disposição para responder às suas perguntas.
 

Leonardo Alves Bico: Primeiramente, poderia nos explicar o que são as algas?
 

Fabio Foganholi: Certamente. As algas são organismos fotossintetizantes. Nos sistemas aquáticos marinhos, elas formam uma comunidade semelhante a uma verdadeira floresta. Existem algumas espécies de algas mais complexas, com tecidos diferenciados, mas elas não possuem raízes, caules ou folhas como as plantas "superiores". Embora as algas tenham sido classificadas como plantas por muito tempo devido à sua capacidade de realizar fotossíntese, apenas as algas verdes têm uma relação evolutiva com as plantas.

Leonardo Alves Bico: Onde as algas podem ser encontradas?
 

Fabio Foganholi: As algas vivem em água ou em ambientes com alta umidade. Embora possam ser encontradas em ambientes terrestres úmidos, é nos ambientes aquáticos, como água doce e no mar, que as algas são mais abundantes. Elas podem ser encontradas em uma variedade de habitats, incluindo formas terrestres, aquáticas e algumas espécies que se associam a fungos para formar líquens. No meio aquático, dependendo do local onde vivem, elas podem constituir comunidades conhecidas como fitoplâncton e fitobentos.
 

Leonardo Alves Bico: Qual é a função das algas?
 

Fabio Foganholi: As algas são responsáveis por uma grande produção de oxigênio. Estima-se que cerca de 55% do oxigênio presente na atmosfera terrestre seja gerado pela fotossíntese das algas planctônicas. O excesso de gás liberado na água passa para a atmosfera, tornando-se disponível para outros seres vivos. No entanto, quando em excesso, as algas podem prejudicar um sistema de abastecimento público e, portanto, precisam ser controladas.
 

Existem combinações básicas de elementos que favorecem o aparecimento excessivo dessas algas: luz + excesso de nutrientes + oxigênio = algas. O excesso de nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo, é geralmente causado pelo lançamento de esgoto não tratado. Em relação ao oxigênio e à luz, não há muito a ser feito, pois eles são essenciais para a vida aquática. No entanto, o controle do excesso de nutrientes é importante para reduzir o crescimento excessivo das algas.
 

Um tipo de alga muito comum na Região Metropolitana de São Paulo são as cianobactérias. Geralmente, a proliferação desse tipo de alga ocorre com o aumento da temperatura combinado com o excesso de nutrientes, impacto causado pela ação humana.
 

Leonardo Alves Bico: Quais são os principais métodos para controlar essas algas? Explique cada um.
 

Fabio Foganholi: Existem basicamente duas formas mais comuns de controlar a proliferação de algas: o uso de remediadores ou agrotóxicos. Ambas as aplicações devem ter autorizações prévias do órgão ambiental, como o IBAMA / CETESB.
 

Remediadores: são produtos que podem ser compostos por microrganismos ou substâncias químicas e têm como objetivo recuperar ambientes contaminados, tratar efluentes e resíduos, limpar dutos e equipamentos. Eles atuam por processos físicos, químicos, biológicos ou uma combinação desses. Os remediadores podem ser classificados em biorremediadores, que contêm microrganismos capazes de degradar compostos e substâncias contaminantes, remediadores químicos ou físico-químicos, que contêm substâncias químicas oxidantes, surfactantes ou dispersantes, e bioestimuladores, que contêm nutrientes que favorecem o crescimento de microrganismos já presentes no ambiente, acelerando o processo de biorremediação.
 

Agrotóxicos: são produtos e agentes que podem ser físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso na produção agrícola, armazenamento de produtos agrícolas, pastagens, proteção de florestas, corpos de água, entre outros. A aplicação de agrotóxicos requer licença do IBAMA, aprovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Esses produtos podem ser usados para controlar algas e podem incluir compostos à base de cobre.
 

Leonardo Alves Bico: Qual é a importância do uso desses sistemas?

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Fabio Foganholi: O controle de algas é importante, especialmente em sistemas de captação de água que fornecem água potável para a população, pois algumas algas podem liberar toxinas extremamente prejudiciais aos seres humanos, podendo até levar à morte. Além disso, o crescimento excessivo de algas pode causar gosto e odor desagradáveis na água tratada. Portanto, é essencial ter um controle efetivo da formação de algas em represas e corpos d'água utilizados para abastecimento público.

Leonardo Alves Bico: O Portal Água 360 agradece sua participação.