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Aparelho brasileiro transforma água suja em potável; veja como funciona

08/04/2024

Aparelho brasileiro transforma água suja em potável; veja como funciona

Foto: Reprodução/Instagram (pwtech.eco)

2,2 bilhões de pessoas no mundo — mais de um quarto da população mundial — não possuem acesso seguro à água potável, de acordo com o último Relatório Mundial da UNESCO sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos. No Brasil, esta realidade atinge cerca de 33 milhões de habitantes, dado que chama ainda mais a atenção quando leva-se em consideração o fato de que o país abriga a maior reserva de água doce do planeta.

Foi diante deste cenário de escassez e desigualdade hídrica que a startup brasileira PWTech desenvolveu, em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Universidade de São Paulo (USP), uma tecnologia sustentável, portátil, de baixo custo e de fácil utilização, capaz de purificar até 5 mil litros de água por dia: o PW 5660, aparelho que funciona como uma mini estação de tratamento e que pode tornar potável a água contaminada de rios, poços, açudes, represas, lagos e até da chuva.

O equipamento mede cerca de 80x50x40 cm, pesa aproximadamente 15 kg e é composto por uma "caixa" principal, onde estão os filtros, ligada à uma placa fotovoltaica que irá fornecer a energia necessária para o processo de purificação. O sistema de funcionamento é simples e não requer quase nenhuma infraestrutura externa. Basta encher um reservatório com a água imprópria e plugar nele a mangueira do equipamento, que irá devolver a água já tratada por outra mangueira, localizada na extremidade oposta da máquina.

Uma vez dentro do PW 5660, a água contaminada passa por uma filtração em três etapas, sendo a primeira um filtro de malha, que retém partículas maiores e mais grossas, como folhas e galhos. Em seguida, o líquido passa por um filtro de areia, onde são removidos resíduos mais finos, como areia e limo. O último é o filtro de carvão ativado, que irá retirar as impurezas químicas e orgânicas restantes. Por fim, a água já filtrada ainda passa por um purificador de ozônio, gás bactericida e viricida que se dissolve na água e a torna, finalmente, 100% própria para consumo.

Monitoramento em tempo real

O consumo de energia e a produção de água potável podem ser monitorados em tempo real a partir do sistema PWFlow, desenvolvido pela startup em parceria com o Instituto Senai de Tecnologia e o Sebrae. Conectado ao PW 5660, o equipamento também fornece, a partir de diversos sensores, parâmetros relativos à qualidade da água, como pH, nível de cloro, turbidez e temperatura.

Os dados coletados pelo sistema são armazenados em nuvem e podem ser acessados a qualquer momento pelo celular ou computador, permitindo que os usuários acompanhem o funcionamento do PW 5660 em tempo real e identifiquem possíveis problemas. Este monitoramento é particularmente útil para garantir a segurança da água fornecida em locais onde a fonte primária é bastante contaminada, enquanto o fornecimento de informações sobre o consumo da máquina pode ser interessante para empresas que utilizam o equipamento de forma privada, como na engenharia civil.

 

Aparelho levou água potável para a Faixa de Gaza

 

Além da Ilha do Bororé, o PW 5660 também já foi utilizado para fornecer água para cerca de 150 mil pessoas afetadas por um terremoto no Haiti, em 2021. Mais recentemente, em outubro do ano passado, a startup, por meio de uma parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, doou 40 unidades do purificador para a missão de ajuda humanitária do governo brasileiro na Faixa de Gaza, facilitando o acesso de cerca de 13,5 mil pessoas à água potável.

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