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Usina de Dessalinização
Dessalinização

A dessalinização é o procedimento pelo qual os sais minerais dissolvidos na água são removidos. Atualmente, esse método é amplamente utilizado para obter água doce a partir da água do mar, seja para consumo humano ou para uso agrícola.

 

Porém, esse processo requer uma quantidade significativa de energia, e o uso frequente de combustíveis fósseis contribui para o problema do aquecimento global. Além disso, a salmoura tóxica resultante do processo causa poluição nos ecossistemas costeiros.

A dessalinização ocorre naturalmente no ciclo da água: quando a água do mar evapora, os sais são deixados para trás, formando nuvens que, por sua vez, geram chuva. Aristóteles observou que a água do mar evaporada e condensada se tornava doce, enquanto Da Vinci percebeu que era possível obtê-la facilmente por meio de um alambique.

Ao longo dos séculos, a dessalinização da água do mar foi utilizada principalmente em navios e submarinos para fornecer água potável à tripulação durante longas viagens. No entanto, esse processo só se tornou disponível em larga escala durante a Revolução Industrial e, especialmente, com o desenvolvimento das usinas de dessalinização.

Osmose Reversa
Processos para dessalinização

Existem diversos métodos utilizados atualmente para a dessalinização da água do mar. Embora a destilação seja uma opção óbvia, pois envolve ferver a água e condensar o vapor para obter água doce, não é o método mais eficiente devido ao alto consumo de energia.

Abaixo, apresentamos os principais processos de dessalinização:

  • Osmose reversa: Este é o método mais comum e consome menos energia em comparação aos demais. Ele utiliza membranas semipermeáveis de poliamida ultrafina que permitem a passagem da água, mas não do sal. No entanto, essas membranas podem ser contaminadas por bactérias, tornando necessário o tratamento da água antes do processo.
     

  • Destilação solar: Este método imita o ciclo natural da água, onde a água do mar é evaporada em grandes instalações cobertas e posteriormente condensada e coletada como água doce. Embora utilize o calor solar como fonte de energia, requer grandes áreas de terreno.
     

  • Eletrodiálise: Nesse processo, a água salgada é movida através de membranas eletricamente carregadas, que retêm os íons de sal dissolvidos na água, permitindo a extração de água doce. Existem diferentes tipos de eletrodiálise, incluindo a convencional e a reversa.
     

  • Nanofiltração: Esse processo utiliza membranas de nanotubos com maior permeabilidade em comparação à osmose reversa, o que permite processar mais água em menos espaço, com menor consumo de energia. Essas membranas são fabricadas com compostos sulfonados, que removem não apenas o sal, mas também vestígios de poluentes.
     

  • Formação de hidratos gasosos: Os hidratos gasosos são cristais sólidos que se formam ao combinar água com um gás, como o propano, sob alta pressão e baixa temperatura. Durante esse processo, todos os sais e impurezas presentes na água desaparecem, e ao elevar a temperatura, é possível recuperar o gás, deixando a água doce.

Salmoura
O que são as Salmouras  e quais são seus impactos?

As salmouras são subprodutos gerados durante o processo de dessalinização da água do mar. Elas consistem em soluções altamente concentradas de sais e minerais, incluindo cloreto de sódio (sal comum) e outros compostos dissolvidos.

Os impactos das salmouras na dessalinização podem ser significativos. Alguns dos principais impactos incluem:

  1. Descarte inadequado: Se as salmouras não forem devidamente tratadas e descartadas, podem ser despejadas diretamente nos ecossistemas costeiros, causando sérios danos à vida marinha e aos habitats naturais. A alta concentração de sais e minerais pode afetar negativamente a qualidade da água, matando organismos aquáticos e prejudicando a biodiversidade.
     

  2. Efeitos sobre os recifes de coral: A descarga de salmouras nas proximidades de recifes de coral pode levar à acidificação e ao aumento da salinidade da água, afetando negativamente a saúde e a sobrevivência dos corais. Isso pode resultar em branqueamento dos corais, redução da biodiversidade marinha e perda de habitats para várias espécies.
     

  3. Desequilíbrio salino: O despejo das salmouras em corpos de água doce ou em áreas marinhas pode causar desequilíbrios salinos, alterando a composição química da água. Isso pode afetar negativamente as espécies aquáticas nativas que não são tolerantes a altas concentrações de sal.
     

  4. Consumo de oxigênio: A decomposição das salmouras no ambiente marinho pode levar ao consumo de oxigênio dissolvido na água. Isso pode resultar na formação de zonas mortas, onde a vida aquática não consegue sobreviver devido à falta de oxigênio.

Para mitigar esses impactos, é essencial adotar práticas adequadas de tratamento e descarte das salmouras. Isso pode incluir a diluição das salmouras antes do descarte, o uso de tecnologias de diluição por mistura ou a evaporação controlada para reduzir a concentração dos sais antes do descarte final.

 

Além disso, é importante investir em pesquisas e desenvolvimento de técnicas de dessalinização mais eficientes e sustentáveis, visando minimizar os impactos ambientais associados ao processo.

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