Análise: Lula encara impopularidade para mudar Bolsa Família
16/05/25

CNN Brasil
O Palácio do Planalto pesou mais economia do que política ao decidir mudar a “regra de proteção” do Bolsa Família. A partir de agora, famílias que tiverem melhora financeira a ponto de ultrapassar os limites de renda do programa terão direito a 50% do benefício por apenas mais 12 meses. Até então, esse período era de 24 meses.
Ainda em março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou um decreto prevendo que haveria mudanças na regra, mas caberia ao Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) fazer as modificações.
A ideia inicial do Ministério do Desenvolvimento era por uma redução gradual, começando de dois anos para um ano e meio. Mas não foi o que prevaleceu. Lula bancou a mudança e logo começou a preparar o terreno em sua base eleitoral.
“Eu voltei à Presidência da República para provar que esse país não pode ser eternamente pobre, eternamente vivendo de Bolsa Família. Nós precisamos fazer as pessoas se formarem adequadamente, aprender uma profissão”, afirmou o presidente durante evento no Rio de Janeiro, em maio.
Segundo interlocutores, o presidente concordou com o argumento da ala econômica do governo: era chegada a hora de sinalizar ao mercado e virar a chave do discurso de dependência do Bolsa Família.
Com a decisão tomada, a Secretaria de Comunicação do governo federal passou a monitorar com lupa o reflexo das mudanças na população. A expectativa é que o impacto negativo seja curto e diluído por outros anúncios positivos previstos.