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Brasil apresenta oportunidades de PPPs em segurança hídrica e resíduos sólidos a investidores italianos

30/04/25

Brasil apresenta oportunidades de PPPs em segurança hídrica e resíduos sólidos a investidores italianos

Alexandre Costa/MIDR

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Milão (Itália) — O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) participou, nesta terça-feira (28), do Roadshow Brasileiro-Europeu de Infraestrutura, Energia e Economia Circular, apresentando oportunidades de parcerias público-privadas (PPPs) em projetos estratégicos do governo federal. O evento foi realizado no edifício do banco Intesa Sanpaolo, em Milão, a convite da Câmara de Comércio Italiana de São Paulo (ITALCAM).

A rodada de apresentações integrou a programação do segundo dia do Benchmarking Internacional Saneamento e Resíduos Itália–Portugal e reuniu autoridades do governo brasileiro, representantes de agências reguladoras, instituições financeiras e operadores internacionais do setor — incluindo bancos que já atuam no Brasil, oferecendo garantias para a operação de projetos, como os de perímetros irrigados.

O Brasil e a Itália são países que historicamente desenvolveram intensos intercâmbios culturais e econômicos. Nesse sentido, o roadshow evidenciou a complementaridade entre o know-how tecnológico da Itália e as necessidades estruturais brasileiras, criando oportunidades de cooperação em setores estratégicos para o desenvolvimento sustentável.

Intercâmbio para segurança hídrica
Os avanços e indicadores do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), maior obra de infraestrutura para segurança hídrica do Brasil, foram apresentados pelo secretário nacional de Segurança Hídrica, Giuseppe Vieira. Ele ressaltou a complexidade da infraestrutura implantada, com centenas de quilômetros de canais e estações de bombeamento que vencem desníveis de até 200 metros de altura.

Segundo o secretário, a participação do setor privado na administração do PISF permitirá maior estabilidade na operação e novos investimentos obrigatórios e adicionais da ordem de R$ 2,1 bilhões. “A concessão terá duração de 30 anos e prevê investimentos obrigatórios de R$ 544 milhões, além de R$ 1,6 bilhão em investimentos adicionais — tudo isso sem impacto na tarifa, que continuará sendo regulada pela ANA”, ressaltou.

A interlocução entre Brasil e Itália no campo da segurança hídrica ganha importância diante dos desafios climáticos enfrentados por ambos os países. O vice-diretor geral da Câmara de Comércio Italiana de São Paulo, Alfredo Pretto, destacou que, embora o Brasil tenha abundância de água, ainda enfrenta grandes perdas no transporte e distribuição, ao passo que a Itália, mesmo com menor disponibilidade hídrica, desenvolveu sólida expertise na gestão do recurso. Esse intercâmbio, segundo ele, pode resultar em avanços relevantes para os dois lados — ao conjugar o saber técnico europeu com as demandas estruturais brasileiras. “Essa colaboração pode ser a benefício de todos os dois blocos, o europeu, no caso, o italiano e o brasileiro”, enfatizou.

Fundos e Instrumentos financeiros
Em sua participação, o secretário de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, chamou atenção para os desafios enfrentados pelo Brasil na área de resíduos sólidos urbanos, destacando que ainda há muitas oportunidades de investimento na transição para modelos mais sustentáveis de gestão de lixo.

“Hoje o Brasil vive com mais de 3 mil lixões. Talvez esse seja o principal problema, que inclusive tem mobilizado bancadas importantes, como a do Estado de Goiás, para vir aqui, aprender e ver como podemos avançar nessa agenda”, ressaltou o secretário.

Benchmarking
A programação desta terça-feira do Benchmarking Internacional focou nos sistemas de coleta seletiva e no modelo de gestão urbana de resíduos sólidos adotado em Milão. Pela manhã, a delegação pôde acompanhar o sistema de coleta porta a porta, que opera com cinco frações de resíduos: papel e papelão, orgânicos, resíduos indiferenciados, vidro e plástico. A coleta ocorre duas vezes por semana, com horários específicos conforme o bairro, o que evita acúmulo de lixo nas ruas. O material que não é separado corretamente é recolhido por um caminhão exclusivo e enviado à incineração — processo mais caro e com maior perda de recursos do que a reciclagem.

Também houve uma visita técnica ao sistema de coleta de resíduos sólidos urbanos da AMSA-MI (Azienda milanesa servizi ambiental) e ao escritório administrativo da empresa, onde o CEO, Marcello Milani, apresentou os indicadores da operação e destacou os avanços obtidos ao longo de décadas de investimento em educação ambiental, infraestrutura e regulação.

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