Casan projeta ampliação de cobertura em 7% até 2026 só com esgotamento sobre rodas
08/03/24
Cesar Carvalho
A CASAN vai adotar o programa Esgotamento Sobre Rodas para atingir a meta definida pelo governador Jorginho Mello de 50% de tratamento de esgoto até 2026. Atualmente o Estado tem 30% de cobertura.
A afirmação foi feita nesta quinta-feira (7) pelo presidente da CASAN (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento), Edson Moritz, durante o Seminário de Gestão do Esgotamento Sanitário (SEGES) no auditório do Tribunal de Contas do Estado.
“Essa será a solução para o tratamento nos 121 municípios de até 15 mil habitantes em que a CASAN tem a concessão, por ser uma alternativa mais econômica às tubulações”, explica Moritz. A expectativa é que o programa represente um aumento de 7% na cobertura de esgoto tratado pela Companhia.
Nesse programa, o esgoto das fossas sépticas será coletado com caminhões e levado para as estações de tratamento. Atualmente, um projeto piloto está sendo desenvolvido na cidade de Descanso, no Extremo Oeste, de 8,5 mil habitantes, como estudo para a implantação no restante do estado.
Atualmente, a CASAN atende pouco mais de 3 milhões de habitantes (40% da população do estado) em 194 municípios. Desse número, apenas 29% têm tratamento de esgoto em algum nível, com uma cobertura populacional de 34,2%. No entanto, segundo dados do Censo IBGE, 89,2% da população catarinense tem em sua casa um esgotamento sanitário adequado, sendo o 4º maior índice do Brasil. Essa discrepância acontece porque 21,40% dos catarinenses utiliza fossas sépticas - uma forma adequada de esgoto, mas que não passa por tratamento.
Junto com o Esgotamento Sobre Rodas, serão continuadas as obras de esgotamento sanitário em andamento. Elas acontecem em municípios de maior população, como Florianópolis, São José, Chapecó, Coronel Freitas, Curitibanos, Mafra, São Joaquim, Xanxerê e Xaxim.
Nesse sentido, a CASAN conta com a inauguração de novas estações de tratamento, a regionalização da gestão do saneamento e a instituição de Parcerias Público-Privadas (PPPs) para chegar até os 50% de cobertura no estado. “Para avançar no tratamento de esgoto em Santa Catarina, a CASAN terá de fazer um investimento de R$ 2 bilhões. Parte com receita própria e parte com aporte externo", afirmou Moritz.
Em busca dessa quantia de dinheiro até 2026, a CASAN vai se concentrar na busca de parcerias estratégicas. “Nos últimos anos, tivemos já parcerias frutíferas com bancos e agências, como a Caixa Econômica Federal, a japonesa JICA e a francesa AFD”, reconheceu o presidente. “Agora, a nossa expectativa é buscar ainda mais convênios e financiamentos, especialmente por meio das chamadas Parcerias Público-Privadas. É assim que nós vamos bater a meta de 50% até 2026 e depois de 90% até 2033, como manda o Marco do Saneamento”.
O setor de água também está na mira da Companhia, com foco no aumento de produção. A maior obra em andamento é a da Macroadutora do Rio Chapecozinho, na região Oeste, que conta também com nova Estação de Tratamento de Água e reservatórios. A Companhia também tem projetos para um novo Sistema de Abastecimento no vale do Rio Itapocu (Litoral Norte), para uma nova ETA em Biguaçu e para ampliações de tratamento nas regiões de Criciúma e Rio do Sul.
Além das obras, o presidente também enfatizou a importância de uma mudança de mentalidade na Companhia. “A CASAN tem uma longa e importante trajetória de mais de 50 anos, mas é preciso se atualizar aos novos tempos e às metas no saneamento”, colocou Moritz. Entre as novas práticas, estão a parceria com agentes fiscalizadores no combate à perda de água, a entrada da empresa no mercado livre de energia e a utilização de novas tecnologias nos reservatórios, como o aço inoxidável e o aço vitrificado.