Censo: 6 milhões vivem em lares sem abastecimento de água no Brasil; 1 milhão são crianças de até 9 anos
26/02/24
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Os indicadores de saneamento básico melhoraram na última década, mas, em 2022, o Brasil tinha 6 milhões de pessoas sem abastecimento adequado de água, segundo os dados do Censo divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (23).
O que são esgoto e abastecimento de água adequados?
O IBGE considerou os critérios do Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) para classificação de quatro formas adequadas de abastecimento de água. Juntos, esses métodos abastecem 97% da população brasileira.
Rede geral de distribuição: 82,9% da população;
Poço profundo ou artesiano: 9%;
Poço raso, freático ou cacimba: 3,2%;
Fonte, nascente ou mina: 1,9%.
As outras formas de abastecimento, não adequadas, são:
Carro-pipa: 1,1%;
Água da chuva armazenada: 0,6%;
Rios, açudes, córregos, lagos e igarapés: 0,9%;
Outra: 0,6%.
Para a análise, foram considerados apenas os imóveis particulares e permanentes ocupados. Ou seja, casas desocupadas, improvisadas ou de moradia coletiva como presídios, hotéis, pensões, asilos ou orfanatos não entram na conta.
Indicadores de saneamento melhoram na última década
Os indicadores de saneamento básico melhoraram desde 2010. O percentual de pessoas vivendo em lares:
com descarte adequado de esgoto subiu de 64,5% para 75,5;
com banheiro exclusivo (não compartilhado), de 64,5% para 97,8%;
com coleta de lixo, de 85,8% para 90,9%;
com ligação à rede geral de água (a forma mais comum), de 81,5% para 86,6% (incluídos os que não utilizam a rede como forma principal).
Ainda assim, 2022, o Brasil tinha:
49 milhões de pessoas em residências sem descarte adequado de esgoto (24% da população);
18 milhões sem coleta de lixo (9%);
6 milhões sem abastecimento de água adequado (3%);
1,2 milhão sem banheiro ou sequer um sanitário (0,6%).