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Como ficam as relações com o Brasil após guinada política à direita na Bolívia?

20/10/25

Como ficam as relações com o Brasil após guinada política à direita na Bolívia?

REUTERS/Ipa Ibanez

Vença quem vencer o segundo turno das eleições na Bolívia neste domingo, as relações com o governo brasileiro deverão ser remodeladas após duas décadas de governos de tendência socialista. Ao portal G1, a cientista política boliviana Moira Zuazo disse ver algumas pautas em comum entre os candidatos, mas outras propostas diferentes, inclusive de como devem ser as relações com o Brasil e o governo de Donald Trump.

Os candidatos Rodrigo Paz e Jorge Tuto Quiroga se aproveitaram da implosão das forças de esquerda no país para despontarem como favoritos na disputa, prometendo mudanças pró-mercado na economia, com algumas diferenças no programa a ser aplicado. Mas em termos geopolíticos, devem ajudar o país a moldar os rumos da nova direita na América Latina, diz o portal.

Sobre a futura relação com o Brasil, Paz, mesmo discordando do governo Lula, afirmou em campanha que “o Brasil é nosso principal parceiro estratégico” e, por isso, quer fortalecer a parceria da Bolívia com o Brasil, mantendo a participação do país andino no Mercosul e no Brics.

Durante a campanha, ele também propôs mais cooperação econômica e projetos de infraestrutura conjuntos entre as nações.

Já Quiroga acenou para uma relação mais dura com o governo Lula. Ele diz ser contrário à integração da Bolívia no Mercosul, e falou em manter relações bilaterais independentes e seletivas. “Precisamos redefinir nossa cooperação com o Brasil, sem vínculos institucionais que limitem nossa soberania”, disse na campanha.

Em outro momento, o ex-presidente boliviano acenou com uma “cooperação tradicional” entre os dois países.

Acredita-se que o pragmatismo deve prevalecer. Em 2019, o socialista Evo Morales esteve na posse de Jair Bolsonaro, por exemplo.

Relação com Trump
Sobre a relação do futuro governo da Bolívia com Donal Trump, a reportagem lembra que os contatos com os EUS esfriaram ao longo dos 20 anos de poder do partido Movimento Ao Socialismo (MAS), alinhado à China, ao Irã e à Rússia, mas que eles nunca se romperam.

Rodrigo Paz, por exemplo, falou na campanha sobre uma “aproximação pragmática” com os EUA e garantiu que não se pautará por alinhamentos ideológicos na diplomacia internacional. Visto como um moderado nas relações com outros países, afirmou ainda que “ideologias não colocam comida na mesa”.

Quiroga, por sua vez, prometeu “descongelar” as relações com os EUA e se aproximar do governo de Donald Trump. Ele já demonstrou várias vezes admiração por Trump, e se apresenta como um “liberal pró-EUA”.

O ex-presidente também elogiou recentemente as mediações feitas pelo norte-americano de conflitos como os de Gaza e Ucrânia e repetiu que pretende reconstruir uma “relação forte e pragmática” com os EUA, buscando apoio econômico e político para enfrentar a crise no país.

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