Goiás está entre os dez estados com o melhor esgotamento do país
09/04/24
Governo de Goiás
Goiás está entre os dez estados com o melhor esgotamento do país. Liderando o ranking, estão todos da região Sudeste: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Minas Gerais (MG) e Espírito Santo (ES), seguidos pelos estados da região Sul, Santa Catarina (SC), Rio Grande do Sul (RS) e Paraná (PR). Em seguida, aparece Distrito Federal (DF), Goiás (GO) e Mato Grosso do Sul (MS). Os dados são de um cruzamento de informações do Censo e da ONU (Organização das Nações Unidas), relevados pela Folha de São Paulo.
De acordo com o levantamento, a parcela da população com esgotamento adequado em Goiás (73,8%) é semelhante ao de países como Belarus, Bulgária, Ucrânia e Uzbequistão. Como adequação do saneamento básico, foi usado o critério utilizado pelo IBGE, com base no Plansab (Plano Nacional de Saneamento Básico), que inclui duas categorias: população em domicílios particulares com acesso à rede geral, rede pluvial ou fossa ligada à rede; e fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede.
Os dados foram coletados no último Censo, de 2022, e divulgados em fevereiro deste ano. Segundo o IBGE, 75,7% da população tem acesso a um nível adequado de esgoto —62,5% ligada à rede e 13,2% com fossas sépticas. A pesquisa releva a desigualdade econômica e social vigente no Brasil, onde São Paulo aparece na ponta da tabela, com 94,5% da população com esgoto adequado, e apenas 39,4% dos moradores de Rondônia possuem saneamento básico.
No Norte, menos da metade da população vive em condições consideradas adequadas de esgotamento sanitário: 46,4%. Já no Sudeste, esse porcentual salta para 90,7%, seguido pelo Sul (83,9%). De acordo com a pesquisa, São Paulo investiu por anos mais de R$ 150 por habitante em saneamento, enquanto o Acre investiu R$ 3. O estado da região Norte, com 46,6% da população atendida por esgotamento adequado, tem níveis comparados aos de Lesoto e Malaui.
Para comparar com outros países, a reportagem utilizou dados do Programa Conjunto de Monitoramento do Abastecimento de Água, Saneamento e Higiene da OMS (Organização Mundial de Saúde) e do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). O nível que o estudo considera adequado seria o esgoto “gerenciado com segurança”.
Esgotamento por cor ou raça
O estudo revelou ainda que 91,8% da população com acesso ao saneamento básico adequado é amarela, seguida por brancos (83,5%), pardos (68,9%), pretos (75%) e, em último, aparecem os indígenas (29,9%). Isso significa que 43% dos indígenas têm esgotamento por fossa rudimentar ou buraco, uma das formas consideradas inadequadas pelo Plansab.
O Marco Legal do Saneamento tem como objetivo alcançar a universalização do saneamento básico, definindo como meta a cobertura de coleta e tratamento de esgoto para 90% da população. No entanto, é importante observar que os dados do IBGE se referem principalmente à cobertura de atendimento de esgoto nos domicílios particulares, sem avaliar diretamente a qualidade do tratamento do esgoto.
Um estudo recente do Trata Brasil, com base em dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento de 2022 do Ministério das Cidades, revelou que apenas 40 das 100 maiores cidades do Brasil conseguiram atingir a marca de mais de 90% da população com acesso a serviços de coleta e tratamento de esgoto.