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Sabesp bate metas e acelera universalização do saneamento

11/12/25

Sabesp bate metas e acelera universalização do saneamento

Rovena Rosa/Agência Brasil

Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo — alcançou um marco histórico em seu primeiro ano completo de operação após a desestatização, superando as metas contratuais estabelecidas para o biênio 2024-2025. O anúncio reflete um volume de investimentos sem precedentes e uma notável aceleração operacional, quatro vezes superior ao ritmo registrado no período em que a empresa era pública.

A nova gestão, que assumiu em outubro de 2024, reafirma o ambicioso compromisso de universalizar os serviços de água e esgoto em todos os 371 municípios atendidos até 2029, quatro anos antes do prazo final estipulado pelo Marco Legal do Saneamento. Todos os resultados, é importante ressaltar, serão submetidos à auditoria rigorosa da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), assegurando a transparência do processo.

Impulso pós-privatização: Mais de 1 milhão de conexões em um ano

Desde a privatização, ocorrida em julho de 2024, o impacto da nova estratégia de gestão já é colossal: a Sabesp conectou mais de 1,06 milhão de residências à rede de tratamento de esgoto nas 371 cidades. Isso representa um benefício direto a aproximadamente 2,9 milhões de pessoas.

Segundo Carlos Piani, CEO da companhia, este resultado valida a eficácia do novo modelo. “Marcamos o primeiro ano deste novo contrato com 100% do alcance das metas, refletindo um trabalho incansável de todos os profissionais da Sabesp. Estamos no caminho certo para alcançar a universalização”, afirmou o executivo.

Os números detalhados da expansão do saneamento são robustos e confirmam a aceleração:

Tratamento de Esgoto: 1.060.881 domicílios conectados ao sistema.
Coleta de Esgoto: 762.601 novas conexões, beneficiando 2,07 milhões de pessoas.
Abastecimento de Água Tratada: O serviço chegou a 645.749 novos imóveis, impactando 1,75 milhão de vidas.

O salto do saneamento no ABC Paulista e a aceleração regional

A região do ABC Paulista é um destaque na expansão. Ao longo de 2025, a Companhia investiu mais de R$ 2 bilhões em obras de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto nos municípios da região. Esse volume de investimentos demonstra uma aceleração operacional quatro vezes mais rápida em relação aos tempos de empresa pública.

O plano da Sabesp prevê que, até 2029, sejam investidos mais de R$ 3,6 bilhões para a expansão dos serviços de saneamento básico em Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André e São Bernardo do Campo. (São Caetano do Sul e Mauá, que só tem operação de água, possuem contratos distintos).

O impacto social na região é imediato. Até novembro, mais de 30 mil imóveis passaram a contar com abastecimento de água potável no ABC. Além disso, em todas as cinco cidades atendidas pelos serviços de esgoto da Sabesp, mais de 31 mil imóveis foram conectados à rede de coleta, sendo que mais de 5,6 mil residências em áreas informais e rurais também receberam estrutura adequada para coleta dos efluentes. Essa conexão leva mais saúde e qualidade de vida para regiões afastadas e melhora a condição de córregos e rios.

Potência de investimento e financiamento do saneamento
Para sustentar o ritmo acelerado de obras, a Sabesp se consolidou como uma das maiores investidoras do país, ocupando a quarta posição entre as empresas listadas na B3. Nos nove primeiros meses de 2025, a companhia investiu R$ 10,4 bilhões. Desde o início da nova gestão, aproximadamente R$ 18 bilhões foram captados para financiar o megaprojeto de expansão.

Carlos Piani explica a necessidade desse volume de recursos: “A Sabesp é uma empresa muito rentável, mas não gera caixa suficiente para cobrir o volume gigantesco de investimentos necessários”. A estratégia de financiamento combina capital próprio com uma captação diversificada por meio de debêntures locais, debêntures incentivadas e a emissão de bônus no mercado internacional.

O ritmo operacional da empresa é impressionante: em média, são 2.400 domicílios conectados por dia. O CEO compara o feito com um dos maiores projetos de saneamento do estado: “O Programa Novo Rio Pinheiros […] levou três anos e meio para conectar 650 mil domicílios. Nós fizemos esse mesmo número em apenas 10 meses”, destacou. Esse esforço é suportado por uma força de trabalho massiva, que já conta com mais de 32 mil trabalhadores indiretos nos canteiros de obras.

Amortecedor de tarifa: O fundo de apoio à universalização (FAUSP)
Diante do alto volume de investimentos, o novo modelo contratual criou um mecanismo financeiro inédito para proteger o consumidor final das correções tarifárias: o Fundo de Apoio à Universalização (FAUSP).

Criado com um aporte inicial de R$ 4,4 bilhões do Governo de São Paulo, o fundo é continuamente alimentado com 100% dos dividendos futuros da participação remanescente do Estado na companhia (18%). Essa engenharia permite que a tarifa ao consumidor final seja amortecida, ficando próxima à inflação (6,11% no último período), mesmo com o aumento tarifário regulatório superior a 10% necessário para financiar as obras.

Expansão histórica: Foco em áreas rurais e informais

Um dos diferenciais da nova fase é a capacidade de levar os serviços de saneamento a regiões historicamente negligenciadas. A desestatização removeu as restrições contratuais que antes limitavam a atuação da Sabesp em áreas rurais e informais (favelas).

O resultado é que quase 163 mil residências em zonas afastadas ou com moradias informais foram ligadas à rede de esgoto e mais de 105 mil foram conectadas ao sistema de distribuição de água. Este avanço significou que mais de 285 mil pessoas dessas áreas passaram a ter água tratada e mais de 443 mil tiveram seu esgoto coletado, substituindo fossas artesanais e o descarte irregular.

Os resultados ambientais já são visíveis. A mancha de poluição no Rio Tietê diminuiu em 33 quilômetros em um ano, representando uma redução de 15,9%, de acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica. Do volume de 63 bilhões de litros de esgoto que antes era despejado por mês sem tratamento adequado, a Sabesp já conseguiu tratar 10 bilhões de litros, um avanço crucial para a recuperação dos corpos d’água do estado.

Com as metas iniciais superadas, o desafio para a companhia em 2026 é ainda maior: realizar mais de 2 milhões de novas conexões, totalizando mais de 4 milhões acumuladas desde 2024. O CEO reconhece que a fase final será a mais difícil, por envolver as ligações mais remotas e complexas, mas acredita que o sucesso do modelo de gestão da Sabesp servirá de exemplo para outras regiões do Brasil que ainda enfrentam um grande déficit de saneamento.

O cumprimento das metas da companhia em direção à universalização do saneamento em São Paulo pode ser acompanhado pelo site oficial da empresa.

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