O acesso ao saneamento básico continua sendo um dos maiores desafios de saúde pública no Brasil. A ausência de água potável e tratamento adequado de esgoto ainda atinge milhões de brasileiros e compromete a qualidade de vida e eleva os índices de doenças e os gastos com o sistema de saúde. Essa é a análise apresentada por André Ricardo Telles no artigo ‘O impacto do saneamento na saúde da população’.

Segundo ele, a falta de saneamento favorece doenças como diarreia, hepatite A, leptospirose e infecções parasitárias, afetando principalmente crianças e idosos. O esgoto a céu aberto também atrai vetores como mosquitos e roedores, elevando o risco de dengue e chikungunya, além de contaminar rios e lençóis freáticos.

Desde 2020, com o Novo Marco Legal do Saneamento, o Brasil busca universalizar o acesso à água potável e ao esgoto até 2033. Para isso, o autor propõe soluções como reuso da água e tratamento descentralizado, visando mais sustentabilidade e eficiência.

O artigo também chama atenção para um aspecto muitas vezes negligenciado: a educação sanitária. “De nada adianta ampliar a infraestrutura se a população não tiver acesso a informações sobre boas práticas de higiene e descarte correto de resíduos”, alerta Telles. Campanhas educativas são fundamentais para garantir que os avanços na infraestrutura tenham efeito prático e duradouro.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) reforçam essa lógica: cada real investido em saneamento gera economia de até quatro reais em despesas médicas. Além de evitar doenças, a infraestrutura adequada melhora a segurança alimentar, preserva os recursos naturais e proporciona maior dignidade às comunidades.

Para o autor, transformar essa realidade exige planejamento, investimentos contínuos e parcerias estratégicas. “Saneamento é mais do que infraestrutura: é qualidade de vida, dignidade e saúde para todos”, conclui.