O meteorologista Luiz Carlos Molion lançou um importante alerta climático: o Brasil poderá viver uma seca histórica entre os anos de 2034 e 2035, impulsionada por um super El Niño de grande intensidade. A projeção coloca o evento climático entre os mais críticos já registrados, comparável às severas estiagens de 1987-1988 e 2015-2016, que afetaram drasticamente o abastecimento de água e a produção agrícola do país.

Molion explica que esse cenário de escassez hídrica será precedido por uma década de relativa tranquilidade. Os próximos anos devem apresentar um comportamento climático estável, com níveis de chuva dentro da média histórica e variações leves, o que pode favorecer o setor agrícola e o planejamento de recursos hídricos. “Teremos um intervalo de estabilidade, uma oportunidade valiosa para nos prepararmos”, observa o meteorologista.

Apesar da previsão alarmante para meados da próxima década, Molion destaca que o quadro só mudaria caso ocorresse um evento natural de grande magnitude, como uma erupção vulcânica capaz de lançar cinzas a altitudes entre 30 e 40 quilômetros, o que poderia alterar a dinâmica atmosférica global. Ausente essa possibilidade, a previsão da seca extrema se mantém.

A expectativa de um super El Niño com impacto tão significativo serve como sinal de alerta para governos, gestores de recursos e produtores rurais. “A próxima grande estiagem já tem prazo para acontecer. Se começarmos a nos preparar agora, podemos mitigar seus efeitos”, reforça o especialista.

Molion enfatiza que o momento é estratégico: ainda há tempo para investir em infraestrutura hídrica, ampliar o armazenamento de água e adotar políticas sustentáveis de uso dos recursos naturais.