Universalização do saneamento pode gerar quase R$ 900 por pessoa no Acre, aponta estudo
03/11/25

Val Fernandes
Um levantamento do Instituto Trata Brasil mostra que o Acre pode ter um dos maiores ganhos do país com a universalização do saneamento básico. De acordo com o estudo, cada morador do estado poderia receber, em média, R$ 894,98 em benefícios econômicos e sociais se todos tivessem acesso à água tratada e ao esgotamento sanitário.
O valor é o segundo maior entre os estados da Amazônia Legal, ficando atrás apenas de Rondônia. Atualmente, o Acre ainda enfrenta grandes dificuldades no saneamento, com cobertura limitada de água e esgoto, o que impacta diretamente na saúde e na qualidade de vida da população.
Na capital Rio Branco, por exemplo, o ganho estimado com a universalização seria de R$ 735,93 por pessoa, o maior entre todas as capitais da Amazônia Legal. Hoje, porém, a cidade ocupa apenas a 97ª posição no Ranking do Saneamento 2025, o que mostra o tamanho do desafio para alcançar as metas previstas até 2033.
De acordo com o Marco Legal do Saneamento, até 2033 o Brasil deve garantir água potável para 99% da população e coleta e tratamento de esgoto para 90%.
No caso do Acre, atingir esses índices significaria reduzir doenças, melhorar a frequência escolar, aumentar a produtividade no trabalho e proteger o meio ambiente, além de impulsionar o desenvolvimento econômico do estado.
Acre segue entre os estados com menor acesso à água potável e saneamento básico no país
O Acre continua enfrentando sérios desafios no acesso à água potável e ao saneamento básico, conforme dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apenas 48,5% das residências acreanas recebem abastecimento diário de água pela rede geral, número muito inferior à média nacional, de 88,4%. Isso significa que mais da metade das famílias do estado ainda convivem com interrupções ou falta de fornecimento regular.
O estudo também chama atenção para as deficiências na coleta e tratamento de esgoto. No Brasil, cerca de 30% dos domicílios não estão ligados à rede de esgotamento sanitário. A situação é ainda mais preocupante na Região Norte, onde 36,4% das moradias dependem de alternativas improvisadas, como fossas rudimentares, valas ou despejo direto em cursos d’água.
No Acre, as diferenças entre o campo e a cidade são discrepantes, nas áreas urbanas, 78,1% das casas têm ligação à rede de esgoto; já na zona rural, o índice despenca para apenas 9,4%.
