Veja os dez melhores e os dez piores municípios brasileiros em saneamento básico
29/02/24
Site Jornal de Brasília
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta sexta-feira (23) novos dados do Censo Demográfico 2022, destacando a questão do saneamento básico em território nacional.
No ano da realização da pesquisa, o Brasil ainda registrava o equivalente a 49 milhões de habitantes sem atendimento adequado de esgotamento sanitário e 4,8 milhões de pessoas sem água encanada, apesar do crescimento desses serviços nas últimas décadas.
Confira abaixo os municípios que se destacam positiva e negativamente nas questões de canalização e abastecimento de água, rede de esgoto e coleta de lixo, além daqueles que possuem banheiro exclusivo na residência.
O estado da Paraíba é um dos que possuem mais problemas de abastecimento de água no país. O município de Santa Cecília lidera a lista com 99,5% de precariedade no sistema, seguido por Baraúna, com 99,2%, e Marcolândia (PI), com 99,1%.
Sem uma rede de abastecimento estruturada, a população só conta com os caminhões-pipa para suprir sua necessidade básica.
Do lado oposto do quesito estão os municípios do Sudeste e do Sul. De acordo com o levantamento, 739 dos 5.570 municípios do país possuem um sistema de abastecimento adequado, que contemple 100% de sua população. Desses, 234 são do estado de São Paulo.
A capital paulista, no entanto, não se encontra nesse grupo, uma vez que possui 99,5% de abastecimento ideal, deixando 0,5% desprovido de água.
Quando a questão é a canalização, fazendo a água chegar às residências, os municípios nordestinos novamente são os que possuem mais problemas. E a Paraíba lidera a estatística nos três primeiros lugares: Damião, com 74,1% da cidade sem água canalizada, seguida por Algodão de Jandaíra, com 73,5%, e Riacho de Santo Antônio, com 72,5%.
Nesse quesito, São Paulo é outra vez o estado que se destaca, com 345 municípios com água 100% canalizada. A capital possui 99,9% nessa situação. No país, são 1.377 com canalização completa do sistema hídrico municipal.
Em relação à rede de esgoto, apenas cinco municípios possuem 100% das casas contempladas, segundo o IBGE: as paulistas Águas de São Pedro, Avanhandava e São Caetano do Sul, a gaúcha Presidente Lucena e a goiana Anhanguera.
E novamente os estados do Sudeste e do Sul se destacam na estatística de maior cobertura da rede, com um sistema de tratamento adequado. A capital paulista possui 95,6% da rede nessa situação.
Se apenas cinco municípios possuem uma rede ideal de esgoto, o país também possui dois que não possuem rede alguma: Juarina, em Tocantins, e Júlio Borges, mo Piauí.
Nesses locais, todo o esgoto produzido pela população vai para rios ou valas abertas.
Mas a precariedade não se resume a eles. Muitas outras cidades sofrem com a falta de condições para o escoamento do esgoto e não possuem tratamento.
Outro item do saneamento básico que influencia diretamente no bem-estar da população é a coleta de lixo. Mas o levantamento do Censo 2022 mostra que ainda há muito o que ser feito para deixar o sistema aceitável.
Dos 5.570 municípios do país, apenas os 12 acima possuem 100% da coleta garantida diariamente, metade deles paulista. O estado de São Paulo, por sinal, é o que tem a melhor cobertura, com 99% das cidades.
As falhas na coleta de lixo, no entanto, estão presentes em vários estados do país. Tanto que Santa Terezinha, em Mato Grosso, é o que possui uma coleta mais inadequada, com 56,8% do seu território sem o serviço. Ele é seguido por Caturama (BA) e São Luís Gonzaga do Maranhão (MA) e outras cidades do Norte e Nordeste.
Juntamente às informações do saneamento básico, o Censo 2022 também ouviu a população sobre a estrutura de suas residências, se há ou não banheiro exclusivo para a família. O resultado mostrou que apenas 1.204 deles possuem 100% de suas casas com banheiro exclusivo, sendo 402 no estado de São Paulo, 288 em Minas Gerais e 169 no Paraná.
E outra vez os municípios que possuem mais residências sem banheiro exclusivo são do Norte e Nordeste do país. Melgaço e Bagre, do Pará, e Ipixuna e Itamarati, do Amazonas, lideram esse tópico, com mais de 60% das casas com banheiros coletivos ou sem banheiro algum.
SÓ TRÊS MUNICÍPIOS POSSUEM MAIS APARTAMENTOS QUE CASAS
Uma outra estatística divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira é a que mostra a prevalência de casas ou apartamentos em cada município. E apenas três possuem número maior de apartamentos em seu território: Santos (SP), com 63,5%, Balneário Camboriú (SC), com 57,2%, e São Caetano do Sul (SP), com 50,8%.
Todos os demais possuem mais casas, embora o número de apartamentos tem crescido de forma geral desde o Censo de 2010.
Dos 5.570 municípios, 729 deles possuem apenas casas, sendo 182 do estado de São Paulo. Na capital paulista, são 69,8% de casas, 29,4% de apartamentos e 0,8% de outra forma de moradia.
Municípios com abastecimento de água inadequado (em %)
Santa Cecília (PB) – 99,5
Baraúna (PB) – 99,2
Marcolândia (PI) – 99,1
Algodão de Jandaíra (PB) – 98,7
Gado Bravo (PB) – 98,0
Sossêgo (PB) – 97,9
Damião (PB) – 97,8
Alcantil (PB) – 97,2
Riacho de Santo Antônio (PB) – 96,8
Betânia do Piauí (PI) – 96,6
Fonte: IBGE
Municípios com água não canalizada (em %)
Damião (PB) – 74,1
Algodão de Jandaíra (PB) – 73,5
Riacho de Santo Antônio (PB) – 72,5
Poção (PE) – 69,8
Ouro Branco (AL) – 69,6
São João do Tigre (PB) – 69,6
Cacimbinhas (AL) – 68,4
Canapi (AL) – 65,4
Chaves (PA) – 65,4
Baraúna (PB) – 61,6
Fonte: IBGE
Municípios com rede adequada de esgoto (em %)
Águas de São Pedro (SP) – 100,0
Avanhandava (SP) – 100,0
São Caetano do Sul (SP) – 100,0
Presidente Lucena (RS) – 100,0
Anhanguera (GO) – 100,0
Gavião Peixoto (SP) – 99,9
Santa Clara d’Oeste (SP) – 99,9
Santópolis do Aguapeí (SP) – 99,9
Vitória (ES) – 99,8
Américo Brasiliense (SP) – 99,8
Jaci (SP) – 99,8
Júlio Mesquita (SP) – 99,8
Lins (SP) – 99,8
Matão (SP) – 99,8
Monte Castelo (SP) – 99,8
União Paulista (SP) – 99,8
Balneário Gaivota (SC) – 99,8
Morro Grande (SC) – 99,8
São Ludgero (SC) – 99,8
Treze de Maio (SC) – 99,8
Fonte: IBGE
Municípios com rede de esgoto inadequada (em %)
Juarina (TO) – 100,0
Júlio Borges (PI) – 100,0
Morro Cabeça no Tempo (PI) – 99,8
Milton Brandão (PI) – 99,8
Novo Oriente do Piauí (PI) – 99,8
Piraquê (TO) – 99,8
Nova Santa Rita (PI) – 99,8
Jacobina do Piauí (PI) – 99,8
Caldeirão Grande do Piauí (PI) – 99,8
Santo Antônio do Planalto (RS) – 99,8
Pedro Laurentino (PI) – 99,8
Fonte: IBGE
Municípios com coleta de lixo adequada (em %)
Águas de São Pedro (SP) – 100
Barueri (SP) – 100
Hortolândia (SP) – 100
Jandira (SP) – 100
São Caetano do Sul (SP) – 100
Várzea Paulista (SP) – 100
Pinhais (PR) – 100
Bombinhas (SC) – 100
Campo Bom (RS) – 100
Ivoti (RS) – 100
Presidente Lucena (RS) – 100
Fonte: IBGE
Municípios com coleta de lixo inadequada (em %)
Santa Terezinha (MT) – 56,8
Caturama (BA) – 56,8
São Luís Gonzaga do Maranhão (MA) – 52,5
Bujari (AC) – 52,5
Óbidos (PA) – 52,5
Jardim do Mulato (PI) – 52,5
Lago do Junco (MA) – 52,5
Madeiro (PI) – 52,5
Bela Cruz (CE) – 48,0
Brasil Novo (PA) – 48,0
Fonte: IBGE
Municípios com residências sem banheiro exclusivo (em %)
Melgaço (PA) – 63,8
Bagre (PA) – 63,5
Ipixuna (AM) – 63,2
Itamarati (AM) – 61,2
Marechal Thaumaturgo (AC) – 61,0
Jordão (AC) – 60,5
Uiramutã (RR) – 59,5
Fernando Falcão (MA) – 59,1
Normandia (RR) – 58,5
Cachoeira Grande (MA) – 58,4
Fonte: IBGE
Municípios com mais apartamentos (em %)
Florianópolis (SC) – 63,5
Santos (SP) – 57,2
Balneário Camboriú (SC) – 50,8
São Caetano do Sul (SP) – 45,4
Vitória (ES) – 42,4
Porto Alegre (RS) – 41,7
Viçosa (MG) – 41,0
São José (SC) – 40,2
Niterói (RJ) – 38,8
Itapema (SC) – 38,8
Florianópolis (SC) – 38,6
Fonte: IBGE