Panorama da seca e das chuvas
10/10/2025

O Brasil vive uma seca hidrológica prolongada. Segundo o Cemaden, 2025 teve chuvas irregulares, calor acima da média e evapotranspiração elevada, o que reduziu a recarga de rios e reservatórios, com maior impacto no Centro-Oeste e Sudeste.
A ANA também indica avanço da seca: a área do país com seca mapeada passou de 50% para 57% entre julho e agosto de 2025.
Como estão os principais reservatórios do SIN (energia)
O ONS projeta estabilidade nos níveis em outubro, mas com desempenhos diferentes por região. Projeção de EAR (energia armazenada) para o fim do mês:
Sul: ~87,4% (situação mais confortável)
Norte: ~68,4%
Nordeste: ~49,2%
Sudeste/Centro-Oeste: ~46,4% (concentra ~70% da capacidade do país; portanto, qualquer queda pesa muito)
Observação: na 1ª semana de outubro, o ONS também estimou afluências abaixo da média para SE/CO, NE e N, e acima da média para o Sul — reforçando esse contraste regional.
Grandes reservatórios e bacias em destaque
Sistema Cantareira (RMSP): entrou em Faixa de Restrição (Res. ANA/DAEE 925/2017). A captação máxima pela Sabesp caiu de 27 para 23 m³/s a partir de outubro. Em 30/09, o armazenamento era ~28% (bem abaixo dos ~51% de um ano antes). Nos boletins diários, o Cantareira tem oscilado perto de 27–29% agora em outubro.
Sobradinho (Rio São Francisco): a Chesf promoveu ajustes de vazão de saída para compatibilizar o nível do reservatório com a hidrologia recente (menos chuvas), sinalizando operação mais conservadora.
Itaipu / subsistema Sul: apesar do período seco no país, o Sul vem com cenário confortável; o ONS projeta EAR ~87% no mês, e notícias recentes mostram operação segura do conjunto de reservatórios do Sul.
O que isso significa para abastecimento urbano
Em sistemas metropolitanos dependentes de mananciais mais pressionados (ex.: RMSP), poupança de água e gestão de demanda tendem a ser reforçadas enquanto as primeiras chuvas de primavera não se consolidam. Ex.: redução de captação no Cantareira e uso de integrações com outros mananciais (Jaguari–Atibainha via Paraíba do Sul) — tudo para preservar o volume útil até a estação chuvosa.
Dicas práticas para economizar água (casa e comércio)
Banho, torneiras e louça
Banhos de 5–7 min. Feche o chuveiro ao ensaboar; arejadores nas duchas e torneiras reduzem 30–50% sem perder conforto.
Torneiras: instale arejadores e vedações novas; um fio d’água pingando pode desperdiçar mais de 1.000 L/mês.
Louça: ensaboe com a torneira fechada e enxágue de uma vez. Se tiver lava-louças, use ciclos cheios.
Vaso sanitário e lavanderia
Descargas reguladas (caixa acoplada com duplo fluxo). Evite jogar lixo no vaso.
Lavadora: só com carga completa; reúse água do enxágue para lavar quintal/garagem.
Quintal, jardim e áreas comuns
Irrigue de madrugada/noite; gotejamento é melhor que aspersão. Prefira plantas nativas (exigem menos rega).
Lavar calçada: substitua mangueira por vassoura e balde (ou lavadora de alta pressão com reuso de água).
Piscinas e caixas d’água
Cobrir piscina reduz evaporação em até 90% (especialmente no calor e vento).
Vistorie a caixa d’água: tampa bem vedada e limpeza sem esvaziar totalmente quando possível; regule boias para não transbordar.
Caça-vazamentos rápido (faça hoje)
Hidrômetro: com tudo fechado, veja se o relógio gira; se girar, há vazamento.
Vaso sanitário: pingue corante na caixa; se a água da bacia colorir sem descarga, há fuga.
Tubulação: manchas úmidas, bolhas na parede e conta subindo sem motivo = chame um técnico.
Empresas, condomínios e prefeituras
Planos de contingência: metas de redução, reuso de água cinza (pias/chuveiros) para limpeza e irrigação.
Medidores setoriais por bloco/andar para detectar vazamentos.
Captação de chuva (cisternas) para usos não potáveis; descarga a vácuo e mictórios secos em banheiros de alto fluxo.
Comunicação ativa: placas de “feche a torneira”, dashboards de consumo e rodízio de irrigação em áreas verdes.
Onde acompanhar os níveis dos reservatórios: