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Região do Polo Têxtil desperdiça de 22% a 50%
de água tratada por companhias de distribuição

19/02/2024

Região do Polo Têxtil desperdiça de 22% a 50% de água tratada por companhias de distribuição

Foto: Claudeci Junior/Liberal

“Essas submedições estão sendo corrigidas por meio da substituição de hidrômetros. Além disso, há a parcela relacionada a irregularidades como fraudes e ligações clandestinas, que também estão sendo combatidas com ações rigorosas de fiscalização”, afirma.

Em Americana, o DAE criou, no final de janeiro, uma comissão para combater o desperdício de água. O objetivo é planejar medidas emergenciais a curto prazo como troca de hidrômetros defeituosos e também elaborar planos de ação de médio e longo prazo para melhorar a eficiência do abastecimento, visando à qualidade do serviço para 20 a 40 anos. O município tem 237,2 mil moradores.

Sumaré, com uma população de 279,5 mil habitantes, viu suas perdas de água reduzirem de 60% em 2015 para 36,2% no último ano. A concessionária BRK, responsável pelos serviços de abastecimento no município, destaca a realização de um trabalho contínuo de detecção e reparo de vazamentos não visíveis nas redes e ramais de distribuição para diminuir o desperdício.

 

Hortolândia, com o menor índice de perdas entre os municípios da RPT (22,5%), realiza, por meio da Sabesp, desde 2009, o Programa Corporativo de Redução de Perdas. São ações como pesquisa de vazamentos não visíveis e substituição preventiva de hidrômetros de pequena e grande capacidade, entre outras. O município possui 236,6 moradores.

Já Nova Odessa atribui o resultado a práticas como monitoramento remoto em tempo real da rede de distribuição e investimentos em setorização e macromedição, facilitando a identificação e correção de vazamentos. A cidade tem 62 mil moradores.

Especialista

Presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto afirma que hoje, no Brasil, de toda água produzida pelas companhias de saneamento básico, 37,8% é perdida antes de chegar aos hidrômetros das residências.

De acordo com ela, pode ser uma perda física, que são os vazamentos, sejam eles ocultos – aqueles que acontecem embaixo da superfície – ou ainda os vazamentos visíveis, que são aqueles que afloram na superfície do pavimento.

Ao analisar os índices de perdas dos municípios da região, Luana afirma que tanto a taxa de desperdício de Americana como de a Santa Bárbara são muito elevadas. Por outro lado, diz, o índice de Nova Odessa e Hortolândia, com 28% e 22,5%, respectivamente, é considerado aceitável, enquanto Sumaré, com 36,2%, enfrenta o desafio de se adequar à meta estabelecida pela ANA (Agência Nacional da Água) de 25% até 2034.

Para reverter esse cenário de perdas, Luana defende a importância de programas estruturados e investimentos constantes para combater o desperdício, incluindo o mapeamento das tubulações, instalação de sensores, controle em tempo real e medidas de combate aos furtos de água, que representam uma perda comercial e podem prejudicar a saúde pública devido a pontos de contaminação.

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